Debate foi realizado via hangout, ferramenta de videoconferência do Google+, com transmissão ao vivo |
“Uma prova do forte potencial de atração de investimentos na infraestrutura brasileira é que a carga não para de crescer, mesmo com congestionamentos e deficiências que temos hoje. Diferentemente do setor de energético, não temos apagão, mas temos um transporte mais caro e mais lento. Por isso, é muito importante avançar em planejamento e gestão”, afirmou o gerente-executivo de Infraestrutura da CNI, Wagner Cardoso, durante o debate.
Pautados pela divulgação do Projeto Centro-Oeste Competitivo, que aponta 106 obras prioritárias para ampliar a infraestrutura de transporte de cargas na região, os especialistas discutiram sobre os principais gargalos da infraestrutura.
"É importante que o Brasil seja mais eficiente na execução de obras. Estamos crescendo muito em produção, e esses investimentos sofrem com a falta de logística. Precisamos mudar e garantir que isso saia do nível de planejamento, que esses projetos se transformem em entregas de obras", acredita Olivier Girard, diretor da Macrologística, empresa responsável pelo estudo.
"Precisamos garantir que os projetos se transformem em entregas de obras" - Olivier Girard |
ENTRAVES NO CENTRO-OESTE - De acordo com o estudo, apenas 19 das 106 obras prioritárias para o Centro-Oeste estão em andamento, o que equivale a 16,4% dos investimentos necessários. A maior parte desta demanda está voltada a ferrovias e portos, enquanto a prioridade do governo, a curto prazo, é a malha rodoviária.
“Quando o governo faz uma intervenção, o foco não é pontual, mas estrutural”, defendeu o presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Bernardo Figueiredo. Segundo ele, os trechos previstos nos projetos rodoviários potencializam o escoamento de cargas na região, e também precisam ser priorizados.
“A ferrovia é interessante porque reduz o custo do transporte, mas temos de trabalhar também no sistema rodoviário, que tem problemas estruturais. O Brasil tem uma frota velha, com média de idade de 18 anos, e motoristas andando com excesso de horas. Isso não é sustentável. Se nós não atacarmos o problema de curto prazo, não chegaremos no longo prazo”, concluiu.
CABOTAGEM – Vista como uma alternativa de baixo custo, a navegação de cabotagem tem grande potencial logístico e competitivo. “Precisamos de abrir esse mercado para operadores e navios externos. A cabotagem só se solidifica como alternativa logística se dermos choque de ofertas, ou seja, se tivermos oferta de navios e de linhas de cabotagem ao longo da costa”, pontuou Figueiredo.
Em virtude do crescimento das atividades da Petrobras com a descoberta de reservas petrolíferas na camada pré-sal, as demandas de navegação na costa brasileira estarão em alta nos próximos anos. “A cabotagem tem de se libertar das teias da época que foi criada, voltada para o desenvolvimento da indústria naval. Com pré-sal, os estaleiros têm encomendas até 2021. É o momento de enfrentar a cabotagem”, sugeriu o vice-presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), José Ramos Torres de Melo.
HANGOUT - Esta foi a quarta edição do Rumos da Indústria, que promove debates sobre relevantes temas para a sociedade brasileira. O bate-papo é realizado via hangout, ferramenta de videoconferência da rede social Google+ que permite transmissões ao vivo.
Assista ao vídeo com a íntegra do hangout sobre logística:
Marina Severino
Foto: Miguel Ângelo
Fonte: CNI
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